Mediação e práticas de tradução-transcriação em museus (Mediation and translation-transcreation practices in museums)

Autores

  • Jose Alberto Romana Díaz Universidade do Vale do Taquari - Univates
  • Angélica Vier Munhoz Univates

DOI:

https://doi.org/10.22476/revcted.v4i1.304

Palavras-chave:

Mediação. Tradução-transcriação. Museus. Residência Pedagógica.

Resumo

Trata-se de pensar a prática de mediação pedagógica enquanto um processo de tradução-transcriação. Desse modo, parte-se da noção de tradução – transcriação, com base em Corazza (2013, 2016, 2017) e autores como Haroldo de Campos (2004, 2013) e Walter Benjamin (2011). Para pensar tal noção, toma-se um dos espaços de investigação do Grupo de Pesquisa Currículo, Espaço, Movimento (CEM/CNPq/Univates) – o Museu de Arte do Rio (MAR) – em meio ao qual destaca-se a experiência de residência pedagógica. Cabe ressaltar que o Grupo CEM tem por objetivo investigar os processos de ensinar e aprender, produzidos por práticas educativas e artísticas, em espaços escolares e não escolares, a partir do enfoque qualitativo genealógico de Michel Foucault (1979, 2000, 2008). Com efeito, diante da residência pedagógica realizada no Museu de Arte do Rio, tornou-se possível observar, registrar, experimentar algumas práticas de mediação produzidas pelos educadores que lá atuam. Além disso, foram realizadas entrevistas com educadores, gestores e curador do referido museu, a fim de compreender como os mesmos percebem tais práticas.  Por fim, conclui-se que a prática de mediação pode-se tornar uma prática criadora, tradutora e transcriadora, fissurando a relação linear obra-artista-mediador.

Biografia do Autor

Jose Alberto Romana Díaz, Universidade do Vale do Taquari - Univates

Bolsista de Mestrado CAPES, PPG Ensino/ UNIVATES. Possui Diplomado em Psicologia Clínica e graduação em Psicologia pela Universidade Minuto de Dios; campus Bello (Antioquia, Colômbia). participação em diversos seminários como a I Bienal Latino-americana de infância e juventudes. Experiência em psicologia educativa Colômbia (2012-2013). Brasil (2014-2016). Palestrante na II Jornada de Psicologia UNIMINUTO: Salud Mental Hoy, UNIMINUTO campus Bello (Antioquia, Colômbia). Atualmente Integrante (desde 2014) do grupo de pesquisa Currículo, Espaço, Movimento (CEM/CNPq/Univates), e Voluntário do projeto de Extensão Formação Pedagógica e Pensamento Nômade.

Angélica Vier Munhoz, Univates

Possui graduação em Pedagogia (PUCRS -1987); Mestrado (2003) e Doutorado (2009) em Educação (UFRGS), com estágio doutoral (Capes) na Université Paris VIII (Vincennes Saint Denis), Departements de Arts, Philosophie et Esthétique. Atualmente é professora Titular Univates e atua nos cursos de graduação em Pedagogia e Psicologia e no Programa de Mestrado e Doutorado em Ensino e Mestrado Profissional em Ensino de Ciências Exatas. É líder do Grupo de pesquisa Currículo, Espaço, Movimento (CEM/Univates/CNPq) e integra o Grupo de pesquisa Escrileituras da diferença em Filosofia-educação (UFRGS/CNPq). Coordena o projeto de extensão Formação pedagógica e pensamento nômade. E-mail: angelicavmunhoz@gmail.com

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Publicado

2018-08-10

Como Citar

Díaz, J. A. R., & Munhoz, A. V. (2018). Mediação e práticas de tradução-transcriação em museus (Mediation and translation-transcreation practices in museums). Crítica Educativa, 4(1), 87–96. https://doi.org/10.22476/revcted.v4i1.304

Edição

Seção

Artigos e ensaios nacionais