Vadiação em Pedra Branca: os caminhos da Capoeira como expressão de resistência no município de Itapetinga/BA (Vagrancy in White Stone: Capoeira ways as expressions of resistance in Itapetinga/BA)

Autores

  • Tales Cardoso Pita Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)
  • José Valdir Jesus de Santana
  • Reginaldo Santos Pereira

DOI:

https://doi.org/10.22476/revcted.v5i1.437

Palavras-chave:

Capoeira. Itapetinga. Resistência.

Resumo

Neste artigo, fruto de uma investigação acerca da Capoeira no município de Itapetinga/BA, tivemos como objetivo recuperar a história e a constituição dos coletivos que a praticam e das redes de relações que foram se constituindo, de forma a produzir diferentes movimentos de resistência e de reinvenção do cotidiano, como propõem Foucault (1986, 2003) e Certeau (1994). Mobilizamos a etnografia como método, cujos dados foram produzidos entre setembro de 2015 e maio de 2016. Identificamos diferentes coletivos, a exemplo do Grupo Voo da Liberdade e Raízes Quilombo que, através de uma pedagogia própria, atualizam formas de resistência e de afirmação dos valores civilizatórios africano-brasileiro.

Biografia do Autor

Tales Cardoso Pita, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)

Graduação em História pelo Centro de Estudo Superior de Maceió; especialização em Educação e Diversidade Étnico-Cultural pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). E-mail: talescpita@gmail.com

José Valdir Jesus de Santana

Doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Professor adjunto da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), onde atua como professor permanente no Programa de Pós-Graduação em Relações Étnicas e Contemporaneidade e no Programa de Pós-Graduação em Ensino. E-mail: santanavaldao@yahoo.com.br

Reginaldo Santos Pereira

Doutor em Educação pela UFSCar. Professor adjunto da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), onde atua como professor permanente no Programa de Pós-Graduação em Educação. E-mail: reginaldouesb@gmail.com

Referências

ABIB, Pedro Rodolfo Jungers. Capoeira Angola: cultura popular e o jogo dos saberes na roda. 175f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais Aplicadas à Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2004.

AMADO, João; FERREIRA, Sónia. A entrevista na investigação em educação. In: AMADO, João (Org.). Manual de investigação qualitativa em educação. 3ª ed. Coimbra, Portugal: Universidade de Coimbra, 2017.

ARAÚJO, Rosângela. C. Iê, viva meu mestre: a capoeira angola da “escola pastiniana” como práxis educativa. 251f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, 2004.

ARAÚJO, Benedito C. L. C. A Capoeira na sociedade do capital: a docência como mercadoria-chave na transformação da capoeira no século XX. 98f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Centro de Ciências da Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, 2008.

CAPOEIRA, Nestor. Capoeira: fundamentos da malícia. Rio de Janeiro: Record, 1999.

CAPOEIRA, Nestor. Capoeira: pequeno manual do jogador. Rio de Janeiro: Record, 2002.

CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.

CRUZ, José Luiz Oliveira (Mestre Bola Sete). Histórias e estórias da capoeiragem. Salvador: P555 Edições, 2006.

DECÂNIO FILHO, Ângelo. A herança de mestre Bimba. Salvador: São Salomão, 1996.

DIAS, Adriana A. Mandinga, manha e malícia: uma história sobre as capoeiras na capital da Bahia (1910-1925). Salvador: EDUFBA, 2006.

ESTEVES, Acúrsio. A “capoeira” da indústria do entretenimento: corpo, acrobacia e espetáculo para “turista ver”. Salvador: A. P. Esteves, 2003.

FALCÃO, José L. C. O jogo da capoeira em jogo e a construção da práxis capoeirana. 393f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, 2004.

FONSECA, Carolina F. da. Forte da Capoeira: esquivas entre resistência e espetáculo em Salvador. 184f. Dissertação (Mestrado em Urbanismo) - Universidade Federal da Bahia, 2009.

FONSECA, Vivian L. Capoeira sou eu: memória, identidade, tradição e conflito. 255f. Dissertação (Mestrado em História, Política e Bens Culturais) – Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2009.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1986.

FOUCAULT, Michel. Estratégia, poder-saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987.

FRIGERIO, Alejandro. Capoeira: de arte negra a esporte branco. Revista Brasileira de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 4, n. 10, jun., 1989. Disponível em: <http://cev.org.br/biblioteca/capoeira-arte-negra-esporte-branco/>. Acesso em: 15 jan. 2018.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.

GOFFMAN, Ervin. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro: LTC, 1975.

MAGALHÃES FILHO, Paulo Andrade. Jogo de discursos: a disputa por hegemonia na tradição da capoeira angola baiana. Salvador: EDUFBA, 2012.

MALINOWSKI, Bronislaw. Argonautas do Pacífico Ocidental: um relato do empreendimento e da aventura dos nativos nos arquipélagos da Nova Guiné melanésia. Tradução de Anton P. Carr e Ligia Cardieri. São Paulo: Ubu, 2018.

OLIVEIRA, Josivaldo Pires de; LEAL, Luiz Augusto Pinheiro. Capoeira, identidade e gênero: ensaios sobre a história social da capoeira no Brasil. Salvador: EDUFBA, 2009.

REGO, Valdeloir. Capoeira Angola: ensaio sócio-etnográfico. Salvador: Itapuã,1968.

SOARES, Carlos Eugênio Líbano. A capoeira escrava e outras tradições re-beldes no Rio de Janeiro (1808-1850). Campinas: Unicamp, 2001.

Downloads

Publicado

2019-11-06

Como Citar

Pita, T. C., Santana, J. V. J. de, & Pereira, R. S. (2019). Vadiação em Pedra Branca: os caminhos da Capoeira como expressão de resistência no município de Itapetinga/BA (Vagrancy in White Stone: Capoeira ways as expressions of resistance in Itapetinga/BA). Crítica Educativa, 5(1), 119–134. https://doi.org/10.22476/revcted.v5i1.437

Edição

v. 5 n. 1 (2019): Crítica Educativa

Seção

Dossiê temático "Democracia Participativa e Educação Cidadã" - Artigos Nacionais

Licença

Entende-se como autor todo aquele que tenha efetivamente participado da concepção do estudo, do desenvolvimento da parte experimental, da análise e interpretação dos dados e da redação final. Recomenda-se não ultrapassar o número total de quatro autores. Caso a quantidade de autores seja maior do que essa, deve-se informar ao editor responsável o grau de participação de cada um. Em caso de dúvida sobre a compatibilidade entre o número de autores e os resultados apresentados, a Comissão Editorial reserva-se o direito de questionar as participações e de recusar a submissão se assim julgar pertinente.

Ao submeter um artigo para publicação a Crítica Educativa a o autor concorda com os seguintes termos:

  1. O autor mantém os direitos sobre o artigo, mas a sua publicação na revista implica, automaticamente, a cessão integral e exclusiva dos direitos autorais para a primeira edição, sem pagamento.
  2. As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da Crítica Educativa.
  3. Após a primeira publicação, o autor tem autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que feita a citação completa da mesma autoria e da publicação original.
  4. O autor de um artigo já publicado tem permissão e é estimulado a distribuir o seu trabalho online, sempre com as devidas citações da primeira edição.
RESPONSABILIDADE IDEOLÓGICA

Os artigos cuja autoria é identificada representam a expressão do ponto de vista de seus autores e não a posição oficial da Crítica Educativa do PPGED  da Universidade Federal de São Carlos, Campus Sorocaba.